6.10.18

Desaguisado autárquico 1748


Aqueduto das Águas Livres: aturado trabalho vs tolerável despesa
A proposta para a construção do aqueduto nasceu de um vereador da Câmara. Depois de discussões prolongadas, concordou-se lançar um imposto adicional sobre o preço da carne, do vinho, do azeite, do sal e da palha consumidos em Lisboa. A construção do aqueduto foi considerada pela população de Lisboa um ‘glorioso feito do povo’. 
Assim, no arco da Rua das Amoreiras, concluído em 1748, foi inicialmente colocada uma inscrição em latim: ‘No ano de 1748, reinando o piedoso, feliz e magnânimo rei João V, o Senado e o povo de Lisboa, à custa do mesmo povo e com grande satisfação dele, introduziu na cidade as Águas Livres desejadas pelo espaço de dois séculos, e isto por meio de aturado trabalho de vinte anos a arrasar e perfurar outeiros na extensão de nove mil passos’.
Eventualmente, o Marquês de Pombal ordenou “picar” as palavras, reescrevendo-as.
‘Regulando D. João V, o melhor dos Reis, o bem público de Portugal, foram introduzidas na cidade, por aquedutos solidíssimos que hão-de durar eternamente, e que formam um giro de nove mil passos, águas salubérrimas, fazendo-se esta obra com tolerável despesa pública e sincero aplauso de todos. Ano de 1748.’

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